quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amargo

As vezes tenho esse curioso sentimento, a amargura é gerada normalmente por algo que você repreende (descrevendo de maneira bem superficial). Mas não vou mentir que dependendo do meu estado gosto de cultivar isso. Pode parecer estranho aos que seguem o padrão social, que é estampar um sorriso largo na cara e dizer "seja feliz" sempre, mas pouco me importa, gosto de buscar certos sentimentos taxados como "podres".

Ontem tive aula sobre teatro grego, e fiquei refletindo como o ser humano é sádico, gostamos de ver a tragédia, achamos isso prazeroso, isso está em nós não da pra negar, atire a primeira pedra quem nunca desejou o mal, a muito mais coisas dentro do ser humano do que simplesmente o bem e o mal. E é isso que procuro criticar, esse dualismo exacerbado que somos forçados a assimilar. A idéia de bem e mal está tão atrelada na gente que nem pensamos quando vamos aplicar esses conceitos.

Não quero explorar a podridão humana, isso já esta meio clichê, quero tentar sintetizar que o bem e o mal se confundem dentro de qualquer um, mas gosto de olhar tudo por uma ótica individualista, existem motivos que nos levam tomar certas atitudes, existem escolhas (suas e dos outros) que definem uma atitude e é ai que eu volto a citar o amargo.

O sentimento de amargura é bem curioso, por que ele consegue ser mais insuportável, até mais que a dor e não é nem um pouco belo, ao contrario do martírio que a dor as vezes carrega atrelado.

O amargo é simplesmente o ranço que fica quando 'algo' está 'estragado' e isso nos possibilita atitudes bastante curiosas. Negamos o amor, repudiamos valores, cuspimos na cara de quem quer que seja. O amargo nos deixa com vontade de pisar nas pessoas, ele libera nossa face mais insensível e egoísta, mas o contraponto é; quando chegamos nele que muitas vezes tomamos coragem para fazer o que 'tem que ser feito', o que as condições nos forçam a fazer e assim construirmos novas possibilidades. Não há bem e mal, nem certo e errado há conflitos de interesse e pessoas amargas movendo as peças.

Por isso proponho minha teoria: é a amargura que move o mundo, pois o doce é ilusório.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Não cultivo o hábito de escrever aqui direto, estou até impressionado de ter me vindo a vontade de escrever não tanto tempo depois da minha ultima postagem, mas percebi que talvez eu seja capaz de fazer melhor certas analises escrevendo, leia-se vomitando, o que penso do que simplesmente refletindo.

Pensei em começar esse texto fazendo um sumário geral de todas minhas ultimas emoções, sim são coisas ótimas, mas não acho que precisam ser exatamente ditas em um blog, acho que já reafirmo elas demais, não vejo necessidade de demonstra-las mais uma vez aqui. Então decidi falar sobre o que eu acho que devo mudar.

Bem, é fato que sou muito inseguro, isso sempre fez parte de mim, não é algo que gosto, mas é tão forte dentro de mim que não sei como evitar, tenho muitas duvidas, nunca sei se sou capaz realmente de algo e quando me acho muito capaz me deparo com desafios que a priori parecem muito insolúveis.

É fato também que tenho muitas manias adquiridas ao longo da minha vida, coisas que parecem pequenas, mas que se não fizerem parte da minha rotina eu me sinto como se tudo fosse dar errado. Mas talvez minha pior mania é querer resolver tudo, parece ser bom quando se fala assim isolado, mas quando você se depara com coisas que você não consegue resolver é frustrante e isso somado a minha insegurança não me ajuda.

Também sou muito disponível, eu não meço esforços para tentar ajudar quem realmente me importa e isso é outra coisa que parece boa, mas se não for feita com cuidado me deixa com a minha velha sindrome do inconveniente. É eu sofro disso, eu frequentemente me acho um peso morto para as pessoas, é como se qualquer ínfimo desejo parecesse algo extremamente inconveniente e penoso de ser feito para as pessoas que convivo.

Eu também tenho muita dificuldade para enxergar quando erro com os outros, as vezes pareço um idiota que não enxerga coisas obvias e o que me faz me sentir um inútil. Isso junto com o fato de eu está disponível não é bom. E pra piorar eu tenho baixa auto-estima, eu não consigo me achar interessante e esqueço que o que determina se sou interessante não é um padrão de estética comum.

O engraçado, ou irônico até, que apesar de todos esses problemas eu consigo ser otimista. Definitivamente não me entendo, eu tenho tudo para ser uma daquelas pessoas que tem o pessimismo como meta, mas eu não consigo não acreditar que algo vai da certo, mesmo sem acreditar em destino eu acredito plenamente que algo tem que da certo para mim.

Falei tudo isso e não sei como concluir, não sei ainda se me dei conta do que necessito, talvez apenas precisasse expor meu problemas de uma maneira "um pouco" organizada e talvez quando eu for ler isso de novo me apareça alguma solução, se é que existe solução...

Quero a calma que nunca tive...

sábado, 18 de setembro de 2010

Escrevendo em um sábado...

Hoje é sábado, dia 18 de setembro de 2010. Essa postagem não tem bem um sentido, tá talvez até tenha para meu sub-consciente, enfim, a questão é que estou aqui tentando escrever algo por mera vontade de escrever. Como estava dizendo hoje é sábado e como qualquer sábado em casa não tem muita coisa de diferente.

É engraçado como o ambiente fica um tanto parado, eu e meu pai somente, minha irmã saiu sabe-se lá pra onde e minha mãe essa dai nem se fala. Fica tudo tão silencioso, tudo tão individual. E me pergunto: Isso é bom ou ruim?

Sabe, não sei responder. Eu costumo gostar de estar sozinho, mas não sei se estar sozinho acompanhado é algo bom para mim, não vou dizer atípico, por que definitivamente não é. Tantas vezes acontece, mas é estranho, principalmente quando a sensação é prolongada. Não que eu não goste do meu pai, mas ficamos sempre calados eu no PC e ele com seus "brinquedinhos". Só tenho momentos de conversa com ele no carro.

É um tanto estranho e quase sempre nostálgico, creio que mais para ele do que pra mim. A ultima vez que aconteceu foi na quinta, conversamos sobre como ele conheceu um dos melhores amigos dele e quase irmão. A conversa chegou num ponto em que citamos uma antiga namorada dele e irmã desse amigo.

E me veio o pensamento: o que seria se ao invés da minha mãe ele tivesse casado com ela? Ta eu já me convenci que não da pra dizer "o que seria se não fosse", mas é inevitável pensar seria outra perspectiva de vida não necessariamente minha, talvez nem estivesse aqui, pelo menos não como sou hoje.

Mas o passado tem muitos desses entraves, infelizmente não nos foi dado nenhuma ferramenta para experimentar diferentes modos de passado (ou felizmente né, nunca se sabe) e então damos asas a nossa imaginação. Ta esse é apenas mais um dos meus textos vagos, que não explica nada. Me desculpem por ser um tanto "adversativo" é meu jeito mesmo...


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pela primeira vez vou eu mesmo escrever algo. Eu sempre costumo dizer que não sou a pessoa mais indicada pra falar de mim, e mantenho essa opinião, mas algo me passou pela cabeça e me deu uma vontade de tentar pelo menos, e não vejo outra forma de fazer isso se não me desfazendo de visões alheias sobre a pessoa que sou e tentando expor uma visão quase só minha.

Corro o risco de nas linhas seguintes soar meio cartesiano, e não vou mentir que parte da motivação do presente texto vem das suas idéias, e assim proponho algumas perguntas básicas sobre quem eu sou. O que eu sou? O que eu fiz até agora? E quais são meus objetivos?

A primeira aos olhares breves parece ser bem difícil, mas refletindo mesmo sobre ela eu acho que posso dizer eu sou um ser, e um ser que pensa constantemente no que faz, mas não subjugo tudo que me circula a minha faculdade de pensar, eu também sinto, e nesse estranho hibrido de racionalista e empirista eu me defino.

A segunda é algo meio saudosista, para saber o que fiz até agora eu olho para o passado e vejo todas as etapas do meu eu, desde aquela ”criança serelepe” até ao meu eu atual individuo quase adulto (ênfase no quase) e com um certo senso crítico e respondo eu sempre tentei fazer o que me pareceu o mais adequado fazer. E nessa busca houve várias desistências, vários erros, várias desculpas, vários “tudos” que o que posso dizer que fiz até agora foi simplesmente viver.

E por fim quais são meus objetivos? Essa sim é meu entrave, eu não sei bem se tenho motivos, tenho os básicos de querer concluir o curso que estou fazendo, tentar construir uma carreira, criar músicas e seguir com minhas bandas (seja como hobbie ou algo sério mesmo) cantando. Mas esses são tão físicos que não sei se podem ser citados como objetivos. Acho que não tenho bem objetivos, sou muito instintivo, tento não decidir nada além dos meus próximos dez minutos, por que sei que não vou cumprir meus planos, sou imediatista, isso é fato.

Talvez tenha confundido mais do que explicado, mas pelo menos escrevi o que achei que devia escrever, com certeza é muito pouco para me definir, mas afinal qual quem sou eu não é pouco para definir alguém? É só mais uma formalidade, um cartão de visita, que aposto que nem metade dos meus contatos vai parar para ler, mas pelo menos meu ego está satisfeito.