As vezes tenho esse curioso sentimento, a amargura é gerada normalmente por algo que você repreende (descrevendo de maneira bem superficial). Mas não vou mentir que dependendo do meu estado gosto de cultivar isso. Pode parecer estranho aos que seguem o padrão social, que é estampar um sorriso largo na cara e dizer "seja feliz" sempre, mas pouco me importa, gosto de buscar certos sentimentos taxados como "podres".
Ontem tive aula sobre teatro grego, e fiquei refletindo como o ser humano é sádico, gostamos de ver a tragédia, achamos isso prazeroso, isso está em nós não da pra negar, atire a primeira pedra quem nunca desejou o mal, a muito mais coisas dentro do ser humano do que simplesmente o bem e o mal. E é isso que procuro criticar, esse dualismo exacerbado que somos forçados a assimilar. A idéia de bem e mal está tão atrelada na gente que nem pensamos quando vamos aplicar esses conceitos.
Não quero explorar a podridão humana, isso já esta meio clichê, quero tentar sintetizar que o bem e o mal se confundem dentro de qualquer um, mas gosto de olhar tudo por uma ótica individualista, existem motivos que nos levam tomar certas atitudes, existem escolhas (suas e dos outros) que definem uma atitude e é ai que eu volto a citar o amargo.
O sentimento de amargura é bem curioso, por que ele consegue ser mais insuportável, até mais que a dor e não é nem um pouco belo, ao contrario do martírio que a dor as vezes carrega atrelado.
O amargo é simplesmente o ranço que fica quando 'algo' está 'estragado' e isso nos possibilita atitudes bastante curiosas. Negamos o amor, repudiamos valores, cuspimos na cara de quem quer que seja. O amargo nos deixa com vontade de pisar nas pessoas, ele libera nossa face mais insensível e egoísta, mas o contraponto é; quando chegamos nele que muitas vezes tomamos coragem para fazer o que 'tem que ser feito', o que as condições nos forçam a fazer e assim construirmos novas possibilidades. Não há bem e mal, nem certo e errado há conflitos de interesse e pessoas amargas movendo as peças.
Por isso proponho minha teoria: é a amargura que move o mundo, pois o doce é ilusório.
Esse texto deve ter um ano quase, portanto ignorem ele também.
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